terça-feira, 19 de abril de 2011

Dramática!


Sobre o item Redação Dissertativa na escola, para o devido preparo, registro acima um livro interessante, para estágio inicial. E se ele chegasse a todos os estudantes do Ensino Médio brasileiro? Dinheiro, PNLD, sim, existe.
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O Governo Federal deveria imprimir um livro contendo TODAS as questões das provas do Exame Nacional do Ensino Médio, desde sua criação em 1998, E DISTRIBUÍ-LO PARA TODOS OS ESTUDANTES BRASILEIROS; as questões deveriam vir respondidas e explicadas, segundo competências pretendidas pelo referido Ministério, uma vez que muitas delas, até hoje, carecem de maiores explicações quanto à sua resolução.


MAS: há alguém lendo isso aí? Alguém do Governo?
Lógico que não. Se tantarmos contato, certamente um software responder-nos-á: "Estamos, cá, mui gratos por sua consideração.". Um piada.


Venho acompanhando holisticamente o ENEM: "holisticamente, professor?!" Sim, "olho na alma", sacam? (existe DESsacar?)


Estudo, sobretudo, a questão dissertativa do Exame mas venho me debruçando também sobre as questões objetivas, sua essência, su'alma. E não é coisa pouca, não. Quem observou as quesões do Enem/1998, "simplórias", e algumas "das de agora", dirá ao espelho: "Putz!"


Mas TENHO UMA DENÚNCIA A FAZER: os livros didáticos de Língua Portuguesa chegam às escolas contendo meramente GRAMÁTICA; ou como diria MARCOS BAGNO: “DRAMÁTICA”... Digo a vós, agentes da passiva mas intimoratos e (des)governados como eu: ESTES LIVROS TERIAM QUE SEGUIR O PADRÃO DAS QUESTÕES DO ENEM. Paradoxo? Yes, my dear!


ISTO É, SENHOR: o Governo ajuda a preparar dum jeito mas verifica a absorção de conteúdo de outro modo!


Os livros didáticos que chegam aos colégios são dignos de riso. Basta entender do assunto. Vêm uns caras das editoras, persuadindo os/as professores/as, dão uns livrinhos de brinde, uns caras boa-pinta e tal, o pessoal, carente, divorciado (risos), 'gosta' e 'escolhe' o livro da editora xis. E as editoras, vixe!, ao venderem lotes e mais lotes ao governo federal, lucram absurdamente. Mas quem sustenta esta escolha são os professores!


SOLUÇÃO: livros de interpretação à molecada. Livros, quando muito, de Gramática aplicada aos textos. Daí, será só festa e regozijo!

domingo, 3 de abril de 2011

Correção e Notal Final


As (in)competências e (ina)habilidades...

As informações abaixo, embora referenciais, de linguagem rebuscada muitas vezes, ajudam alguns incautos a compreenderem no que estarão sendo avaliados tão-logo seu texto chegue às calejadas mãos dos avaliadores do Ministério da Educação. O texto abaixo é de divulgação do ME e direcionado, possivelmente, a professores, que, à sua maneira, devem passar tais informações aos estudantes - fato que, porém, "não rola"... o ideal é, na própria folha de dissertação (NÃO USEM O CADERNO, PELAMOR!), exista um quadro, com os cinco critérios abaixo, para que o aluno (ou a mocinha!) saiba em quais critérios teve êxito - ou, pior, onde se deu - cedeu - sua derrocada...


Na competência I, espera-se que o participante escolha o registro adequado a uma situação formal de produção de texto escrito. Na avaliação, serão considerados os fundamentos gramaticais do texto escrito, refletidos na utilização da norma culta em aspectos como: sintaxe de concordância, regência e colocação; pontuação; flexão; ortografia; e adequação de registro demonstrada, no desempenho lingüístico, de acordo com a situação formal de produção exigida.


O eixo da competência II reside na compreensão do tema que instaura uma problemática a respeito da qual se pede um texto escrito, em prosa, do tipo dissertativo-argumentativo. Por meio desse tipo de texto, analisam-se, interpretam-se e relacionam-se dados, informações e conceitos amplos, tendo-se em vista a construção de uma argumentação, em defesa de um ponto de vista.


Na competência III, procura-se avaliar como o participante, em uma situação formal de interlocução, seleciona, organiza, relaciona e interpreta os dados, informações e conceitos necessários para defender sua perspectiva sobre o tema proposto.


Na competência IV, avalia-se a utilização de recursos coesivos da modalidade escrita, com vistas à adequada articulação dos argumentos, fatos e opiniões selecionados para a defesa de um ponto de vista sobre o tema proposto. Serão considerados os mecanismos lingüísticos responsáveis pela construção da argumentação na superfície textual, tais como: coesão referencial; coesão lexical (sinônimos, hiperônimos, repetição, reiteração); e coesão gramatical (uso de conectivos, tempos verbais, pontuação, seqüência temporal, relações anafóricas, conectores intervocabulares, intersentenciais, interparágrafos).


Na competência V, verifica-se como o participante indicará as possíveis variáveis para solucionar a problemática desenvolvida, quais propostas de intervenção apresentou, qual a relação destas com o projeto desenvolvido sobre o tema proposto e a qualidade destas propostas, mais genéricas ou específicas, tendo por base a solidariedade humana e o respeito à diversidade de pontos de vista, eixos de uma sociedade democrática.

ENEM 2010

Vi gente escrevendo sobre a escravidão, citando (e, até, reproduzindo!) registros históricos, descrevendo como se dera tal momento "negro" (com perdão ao trocadilho) de nosso passado atro ("Xi, trocadilho culto, ninguém merece!")... Lembremo-nos, no entanto, que a modalidade textual a ser burilada pelo bravo redator é a DISSERTATIVA, aquela em que prevalecem argumentos acerca do tema pautado. Cidadão que escreve coisas "sabidas", mesmo que à guisa de uma demonstração de conhecimento histórica, traçou o seu caminho: o insucesso.

Só argumenta quem entende o que é argumento, sua gênese e suas "nobres pretensões". Metaforizando: o argumento é o rio que deságua no mar. É um caminho estreito que nos leva à estrada maior, ao pórtico onde está centrada, à sombra, a TESE, que deve progredir ("rio") e culminar na proposta de solução ou minimização da problemática analisada CRITICAMENTE ("mar").

ENEM 2009 II

ENEM 2009

ENEM 2008

Vocês observaram que, de todas as propostas dissertativas do ENEM, a única que pediu (escolha de) resposta a uma pergunta foi esta? Pois bem, o incauto deve ter escolhido, digamos, a proposta três. Quer apostar? Em peso, só pode. Era a mais fácil, mais óbvia (mas não estamos perante questões objetivas, né? e, assim, o mais óbvio não é o mais indicado, deve-se dizer); e só por isso já deveria requerer mais atenção do incauto.

 O incauto faz jus ao nome: não tem cautela! Nenhuma! Prefere o que aparenta ser o mais fácil, gosta de lugares-comuns e de sentar à sombra de árvores frondosas by Amazon! Excetuando-se minhas ironias, e  são várias, digo-vos, para denotar um pouco: para diferenciar-me dos demais (milhares!), eu, cauto que sou - mas corajoso, escolheria o item dois, partindo agressivamente para uma crítica indireta afirmando que o item três já foi tentado e não deu certo, embora, no papel, seja lindo.

 O negócio, sendo assim, era persuadir os proprietários de terras a não explorarem tais localidades diante de uma quantia obtida a partir de um fundo internacional, que sustentaria este ecossitema. Ninguém poderia discordar de você! Você não está escrevendo um editorial de jornais, não tem de se preocupar com críticas. O revisor de sua prova não vai telefonar para seu aparelho móvel, de modo a intimidá-lo, admoestando-o por sua posição anticonvencional!

A bem da verdade, e não que o resto seja mentira!!!, você estaria chamando atenção do tiozão do INEP para a sua capacidade de distanciamento de posições redundades e, sobretudo, para sua iniciativa de buscar uma solução, creio, difícil de ser efetivada, já que dependeria de outros "pormenores bem maiores" que sua vontade. Mas a solução, lembremo-nos, é uma "pro"posta - isto é, você quer pô-la em prática, mas é, de sua parte, apenas uma "pro"posição!

A vida é bela!
E você, é um incauto? É!
Mas corajoso e confiante!

ENEM 2007

ENEM 2006

ENEM 2005

ENEM 2004

ENEM 2003

ENEM 2002

ENEM 2001

ENEM 2000

ENEM 1999

ENEM 1998

Amigo leitor, você pode observar que os caras começaram devagar, quase parando... Em fase inicial, propor um tema complexo poderia ser um tiro no pé e expor uma situação óbvia que deveria ser varrida para baixo do tapete: o aluno brasileiro não sabe escrever. É um dilema: não constrói frases nem exprime ideias com início, meio e fim. Uma conjuntura toda, tão colossal que daria um Tratado, bom..."tem" teórico demais alinhavando estas causas e múltiplas consequências, em Mestrados, Douturados etc. Mas a mão à massa, quem põe, mesmo, somos nós, humildes operários que receberam licença do Estado ("Vai, tua sala é aquela ali, precisas de giz?!?") para 'ensinar' redação aos alunos, muitos dos quais mal sabendo arquitetar uma oração. Pai nosso, digo eu! Lá vamos nós...

Nesta proposta, assim, deveria o destemido aluno observar o "lado bom da vida", deveria dar sustento à ideia de que, vivendo, se aprende, de que errando, se aprende, de aprendendo, se aprende - logo, na "a vida é um constante aprender."; a lá se foram os milhares de clichês que usamos day by day, do tipo É VIVENDO QUE SE APRENDE, A VIDA É PARA SER VIVIDA, VIVER UM DIA DEPOIS DO OUTRO, APRENDENDO COM OS ERROS ETC.

Devem ter lido cada barbaridade, os revisores... o cidadão que pouco escreve tende a pouco expressar e, sem saída, tende a girar em torno de uma dezena de lugares-comuns, suas bengalas, amuletos, aos quais se abraça esperando o juízo final, melhor dizendo - a linha final.

E falam em NORMA CULTA pra molecada de 16 anos, espinhas, pentelhos... os caras devem estar brincando com a galera, só pode. Escrever NORMA CULTA é mais ou menos como mandou escrever em sua lápide o Mario Miranda: EU NÃO ESTOU AQUI. Enem, digo, e nem aí!

Mas "lê" digo, mermão: era um tema fácil, vasto, mas rasteiro que nem cobra. A vala-comum deve guardar, até hoje, restos, digo, textos de português curto - e inculto. Ser banal é o must!

"É bonita, é bonita e é bonita." Será que disseram isso, "portanto", ao lerem alguma das dissertações da meninada? Acho que...